MESTRE DURVAL DO COCO

SAUDADES SEM FIM

Me chamo Durval Antônio

Sou neto de Antônio Monteiro

Arrojo de tempestade

Trovão de mês de janeiro

Faísca de fogo certeiro

E assombro do mundo inteiro.

Nosso Mestre Durval

Encantamento que encantou

Saudades que ficou.

*17/03/1937

+18/02/2021

Mestre Durval do Coco, 2009.

Capoeira – Ancestralidade viva. Festa de 10 anos de capoeira Matungo, Mestre Zelão.

Festa 10 anos Capoeira Matungo, Mestre Zelão, 2019.

Palestra ancestralidade. 2019.

A capoeira e a ancestralidade.

 

Vida que não morre

Da boca ao ouvido

Tem início, mas não tem fim…

 

“Capoeira resistência ancestral”

 

BATIZADO DE CAPOEIRA DO PONTO DE CULTURA CEACA/AMORIM

“Há duas forças no mundo: uma é a espada e a outra é a caneta. Mas há uma terceira força, mais poderosa ainda do que as anteriores: a das mulheres” [MalalaYousafzai]

 

Mestre Coordenador: Alcides de Lima Tserewaptu

Mestres: Dorival dos Santos e Durval do Coco

Equipe: CM Lagarto, Professores: Rodrigo Pança, Valter, Instrutores: Felipe, Katiane, Marcela, Lucas, Guilherme, Nicolas, Yara e Giovani.

No dia 9 de Dezembro de 2018 aconteceu um dos eventos mais esperados na região do Butantã: o XVIII BATIZADO DE CAPOEIRA DO PONTO DE CULTURA – AMORIM RIMA\CEACA (54º Batizado geral) e troca de cordões das crianças e jovens que estudam na Escola Desembargador Amorim Lima.

Endereço: Rua Vicente Peixoto, 50, Vila Indiana (ao lado da Praça Elis Regina).

 

Mestres e Capoeiras do Brasil: uni-vos em luto a Moa do Catendê

“Moa ponderou que era negro e que o cara ainda era muito jovem e não sabia nada da história. Moa disse ainda que ele tinha consciência do quanto o negro lutou para chegar onde chegou e o quanto Bolsonaro poderia tirar essas conquistas se chegasse ao poder“. (Reginaldo Rosário, irmão de Moa)

A polarização social das eleições tem causado muitas brigas nas redes sociais, nos grupos de amigos e família. Uma eventual descontração no bar gerou um grande conflitou que levou à morte do Mestre capoeirista. Ele estava com seu irmão que, ao tentar separar, também foi atingido com um golpe de faca no braço direito, mas foi socorrido e permanece internado e sedado.

Mestre Moa do Katendê foi assassinado com 12 facadas na noite em que se encerrou o primeiro turno das eleições no Brasil, em 7 de outubro de 2018. Ele e o seu irmão foram esfaqueados em um bar no Dique Pequeno em Salvador, bairro em que residia, após discussão sobre política. Segundo os relatos, um morador novo do bairro, defensor do Bolsonaro não teria gostado da posição contrária do mestre, foi até sua casa e buscou uma faca. Katendê foi agredido e seu irmão que o acudiu também, mas Moa não sobreviveu. O irmão Germínio do Amor Divino, 51, recebeu uma facada no braço direito e foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE). Na ocorrência do posto policial do HGE, testemunhas identificaram o autor das facadas como Paulo Sérgio Ferreira, que está preso. Segundo o irmão das vítimas, Reginaldo Rosário, 68, Moa estava bebendo com ele e Germínio, no Bar do João, quando o autor da facada começou a defender ideias do candidato do PSL e ouviu críticas do capoeirista. “Moa ponderou que era negro e que o cara ainda era muito jovem e não sabia nada da história. Moa disse ainda que ele tinha consciência do quanto o negro lutou para chegar onde chegou e o quanto Bolsonaro poderia tirar essas conquistas se chegasse ao poder, disse Reginaldo. Ainda de acordo com o irmão das vítimas, após a discussão acalorada um dos irmãos pediu que Moa ficasse calmo; no entanto, após a situação ter sido contornada, o autor da facada teria ido em casa, retornou com uma peixeira e atacou a vítima nas costas. “Foi tudo muito rápido”, disse. “Moa, que sempre foi defensor das classes menos favorecidas, é mestre tradicional da Capoeira Angola da Bahia e do Afoxé (um dos fundadores dos Filhos de Gandhi) e uma das melhores pessoas que já conheci. A Capoeira perde um grande mestre e eu perco vários amigos”. Digo “vários” porque ver um capoeirista apoiar um político declaradamente racista, pra mim, é pior que cair de cara no chão após uma rasteira alta. É preciso entender a história da arte. É preciso saber que pouco mudou e que, agora, o racismo saiu do armário e não tem vergonha de destilar o seu ódio. Por trás de interesses escusos, aí está a Casa Grande Senzala se armando novamente. Que a morte do mestre não seja em vão! Vamos fazer o berimbau dizer a que viemos.

À luta! E viva “seu” Moa, agora mártir da nossa batalha.

Breve histórico

Môa do Katendê nasceu em Salvador (BA) e é um artista ligado às tradições afro-baianas. Compositor, dançarino, capoeirista, ogã-percussionista, artesão e educador, descobriu suas raízes aos oito anos de idade no “ILÊ AXÉ OMIN BAIN”, terreiro de sua tia e incentivadora. Em 1977, consagrou-se campeão do Festival da Canção Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, e em Maio de 1978 fundou o “Afoxé “Badauê”, que desfilou pela primeira vez no ano seguinte e tornou-se campeão do carnaval na categoria de afoxé. Em 1995 com a união de colegas e admiradores da cultura afro-brasileira, surge o grupo de afoxé “Amigos de Katendê”. Foi membro da Associação Brasileira de Capoeira Angola, discípulo de mestre Bobó de Pastinha.

I Ciclo de Conferências em Artes e Educação: com Mestre Alcides e Mariposa

No dia 20 de setembro (quinta-feira), acontecerá o quarto encontro do “I Ciclo de Conferências em Artes e Educação: a lei 11.645/08 – Perspectivas Indígenas e Afro-brasileiras”, com a participação de Maria José Menezes (Núcleo da Consciência Negra da USP), Allan da Rosa (FE/USP), Érica Mariposa (EMEF Desembargador Amorim Lima) e Mestre Alcides de Lima (CEACA/SP) discutindo o tema “Pedagoginga e as rodas na escola”.

A entrada é franca, com retirada de senha a partir das 18h30. O auditório Lupe Cotrim está localizado no prédio central da ECA/USP (avenida Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443 – Cidade Universitária).

O evento será transmitido ao vivo pelo IPTV-USP. Link para acesso: https://iptv.usp.br/portal/transmission.action?idItem=39233

— com Maria José Menezes.

Veredas da informação em culturas de tradição oral

Em nome do CEACA, agradecemos aos Amigos e Amigas que compareceram para assistir à Defesa da Tese de Doutorado intitulada “Veredas da informação em culturas de tradição oral: a esfera encantada das bibliotecas vivas”, autoria de Edison Luís dos Santos ocorrida no dia 06 de Agosto de 2018, às 14h00, na sala Aprendizado Eletrônico (101), 1º andar do Prédio Central da ECA/USP.

Manifestamos a mais alta estima e satisfação por contarmos com a dádiva de vossa presença!

Resumo: A tese apresenta o estudo de natureza exploratória do processo de produção partilhada de saberes e apropriação de dispositivo de informação desenvolvido com mestres e aprendizes da cultura de tradição oral. A obra resulta de um diálogo na fronteira entre o legado das culturas de tradição oral e as novas tecnologias da escrita, em que experimentamos uma relação com o saber, voluntária e coletiva, da ciência como artesanato. A materialização da produção partilhada de saberes se deu no fazer prático (savoir-faire) por meio do qual os sujeitos do saber aprenderam a conhecer e a fazer juntos.

Palavras-chave: Epistemologia da Ciência da Informação. Cultura – Tradição Oral. Informação e Memória. Dispositivo de Informação. Redes Sociotécnicas. Bibliotecas Vivas.

Referência bibliográfica: SANTOS, Edison Luís dos. Veredas da informação em culturas de tradição oral: a esfera encantada das bibliotecas vivas. 2018. Tese (Doutorado em Cultura e Informação) – Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/tde-02102018-163618/>.

Memória & Audiovisual: “Vadiação”, 1954

Vadiação é um curta-metragem produzido em 1954 pelo cineasta Alexandre Robatto Filho, considerado o pioneiro do cinema baiano. O vídeo, com cerca de 8 minutos, apresenta uma bela vadiação em Salvador, com alguns dos grandes capoeiras e mestres da Bahia da época: Mestres Bimba e Waldemar, Traíra, Caiçara, Curió, Crispim (filho de Bimba), Nagé, entre outros. O filme contou com a colaboração de Paulo Jatobá, Manoel Ribeiro, Silvio Robatto e do artista plástico argentino Carybé, que retratou em sua obra importantes manifestações tradicionais da Bahia, como a capoeira, o candomblé e o samba de roda. Valioso documento para a memória da capoeira e simplesmente um marco na história do cinema brasileiro envolvendo a capoeira.

Assista ao vídeo. Nele verá alguns capoeiristas renomados que tocam berimbaus e pandeiros e cantam, enquanto outros se revezam no jogo da capoeira, assistidos por várias pessoas.

 

Grandes mestres da capoeira baiana.

 

Como se ensina:

A tradição oral tem os seus métodos o acolhimento, a escuta, a transmissão, a troca, o sentir. Ela não morre, permanece no interior daquele que é tocado e ressoa num som ancestral nos ouvidos dos próximos…

 

 

Capoeira resistência ancestral